segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ferramentas de trabalho - A mesa de som

Continuando a fazer uma analogia ao corpo humano, se o amplificador é o coração do som, a mesa de som é o sistema nervoso. Nela serão conectados todos os instrumentos e também serão processadas as informações correspondentes a volume, equalização, efeitos e endereçamento de sinal aos canais do amplificador, que por sua vez enviará aos caixas de som como já vimos. Também é na mesa de som onde irão se conectar outros equipamentos adicionais como, rack de efeitos e caixas de retorno por exemplo. São exatamente esses recursos que diferenciam uma mesa de som de outra, uma vez que seus princípios de funcionamento são básicos. Quando falamos em mesa de som, a primeira coisa que nos vem a cabeça é quantidade de canais, que nada mais é senão a quantidade de entradas onde serão conectados seus instrumentos musicais, microfones e outros aparelhos. Há uma infinidade de modelos que variam entre 4 a mais de 72 canais! Para nossa realidade nas igrejas, as mesas que possuem entre 12 a 16 canais (de acordo com cada necessidade), dão conta do recado sem preocupações. Supondo a seguinte configuração: 1 microfone para o celebrante, 1 para os leitores/comentarista, 3 para cantores, 1 entrada para violão, 1 para guitarra, 1 para contrabaixo e 1 para teclado. Já somam 9 canais a serem utilizados. O ideal é que você trabalhe com 2 ou 3 canais de sobra, vai que seja necessário conectar um player de mp3 ou mais microfones, ou ainda seu ministério cresça, enfim, tudo é possível. Ainda quanto aos canais, eles se dividem em mono e stereo. Exemplo: uma mesa de 16 canais irá apresentar normalmente a identificação de cada canal próximo a sua respectiva entrada. Os canais mono são individuais, já os stereos são compartilhados que servem entre outras funções para ligar por exemplo, dois violões e endereçá-los um para a caixa da esquerda e outro para a direita. Outro fator de peso numa mesa de som são os tipos das conexões disponíveis: XLR, P10, RCA..., tratarei de conexões em outro post, mas é ideal que a mesa possua conexões P10 (as tradicionais) e XLR (balanceadas - possuem 3 furos). Nas conexões XLR devem ser ligados os microfones e alguns instrumentos que compartilhem da mesma conexão, e os demais instrumentos SEMPRE devem ser ligados nas conexões padrão, a P10. Os controles da mesa também sofrem bastante variação de acordo com o modelo eo fabricante, mas, é quase unânime que apresentem controles de volume, graves (low), médios (middle), agudos (trebble) e ganho (gain). O diferencial está na operação desses controles de acordo com a necessidade. Lembram que o amplificador já opera em sua potência máxima? Pois é, nesse caso deve-se ajustar o volume geral da mesa e claro,o volume de cada canal.
A má operação da mesa de som é a maior causa de má qualidade sonora do ambiente e de efeitos mais que indesejáveis como a microfonia. Para evitá-los deixo as seguintes dicas: 1) Zere o volume do canal antes de conectar ou desconectar qualquer equipamento; 2) Como o amplificador opera em volume máximo, o volume geral da mesa raramente ultrapassa os 50%; 3) Se for necessário aumentar o volume dos equipamentos já conectados, faça-o de maneira gradual, nunca suba o controle de uma vez; 4) Procure ensaiar com as portas e janelas abertas para uma maior fluidez sonora. Normalmente ao ensair em ambiente fechado a tendência é utilizar pouco volume, volume esse que não será suficiente quando o ambiente estiver repleto de pessoas; 5) Ao conectar qualquer equipamento deixe os controles do canal FLAT, isso quer dizer que os controles de graves, médios, agudos e ganho(quando houver) devem ficar na posição CENTRAL, pois cada equipamento possui suas caracteríticas timbrais. Desse modo, nenhuma frequência será enfatizada; 6) Se após seguir os passos o som do equipamento estiver desequilibrado, ajuste a frequência em questão, diminuindo sua itensidade. Exemplo: Você conectou o microfone e a voz saiu muito "abafada" como se estivesse em um local fechado, certamente há um excesso de graves, caracteristica do equipamento, que nesse caso deve ser atenuado um pouco. É um erro muito comum, ao encontramos situações assim tentar corrigir elevando também o nível de agudos, se os graves já estão sobrando, se você tentar compensar acrescentando mais agudos, você terá duas frequências em desequilíbrio e logo mais terá uma baita microfonia, além de deixar o som com uma péssima qualidade; 7) O controle de ganho aumenta significativamente a presença e por consequência o volume do equipamento que estiver conectado ao canal. Por isso, é importante confiar a operação da mesa e som a uma pessoa só, que possua bom senso (uma vez que o sistema de som esta para servir a todos) e audição apurada para identificar possíveis excessos. Não tenho intenção de explicar o funcionamento de cada controle da mesa, nem de formar um técnico de som e sim de tentar passar os conhecimentos básicos sobre a mesa, que no meu entender deve ser de obrigação do músico. Em quantas situações você já não ouviu alguém dizer: " O som do violão esta rim, mas eu não sei o que é..."? Sabendo os princípios básicos, você vai descobrir muito mais sobre seus instrumentos e equipamentos, e como ele se comportam. O ideal é ler bastante os manuais de operação dos aparelhos e buscar informações em todas as fontes disponíveis, como na internet. A tecnologia de áudio evolui muito rápido, por isso, cada vez mais recursos são acrescentados nos aparelhos para se tornarem mais funcionais. Hoje, já podemos ver mesas de som digitais com efeitos profissionais embutidos e mesas já amplificadas, eliminando a necessidade de um amplificador externo.
Na próxima semana tratarei sobre os caixas de som. Até lá! Deus abençoe a todos!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ferramentas de trabalho - Amplificador

Dando início ao processo de conhecimento dos equipamentos que utilizamos para o desempenho das nossas funções como ministros de música, falarei um pouco hoje sobre os amplificadores de áudio. Fazendo uma analogia ao corpo humano, o amplificador é o "coração" do seu sistema de som. É ele quem vai injetar potência ao que for produzido e irá externar através das caixas de som, é o amplificador que o fará ser ouvido independente do tamanho do local. Vários modelos de amplificadores inundam as lojas de áudio e instrumentos nos dias de hoje, diferenciando-se pelo design, peso, funcionalidades, ruídos de operação, durabilidade, e claro, o mais importante, a potência. Quanto mais potente o amplificador mais capacidade ele terá de fazer chegar a todos os sons produzidos. A potência é medida em R.M.S. que é a medida internacional para potência de áudio. No Brasil, que ao que parece é o país das enganações, alguns equipamentos de som, principalmente os de uso doméstico, como systems e home theaters, trazem consigo uma etiqueta com medição de potência em P.M.P.O., medida que em nada reflete a potência real do aparelho, e serve apenas para iludir o consumidor forçando-o a acreditar que o equipamento é mais potente. Só para se ter idéia, 30 watts RMS são bem superiores a 500 watts PMPO! O importante na escolha do amplificador é sua potência como falei, porém essa potência deve ser proporcional ao ambiente em que o amplificador será utilizado. Não adianta gastar uma grana boa em um aplificador de 3000 watts RMS (utilizados em trios elétricos) para instalá-lo numa igreja. Os amplificadores no geral possuem dois canais, A e B, que recebem a divisão igualitária da potência. Por exemplo, um aplificador de 1000 watts, enviará para o canal A 500w e para o canal B os mesmos 500W. Se no caso das caixas de som não suportarem a potência enviada pelo canal, o amplificador possui ainda o recurso de ligar mais uma caixa de som auxiliar por canal, que irá dividir mais uma vez a potência. Exemplo: o mesmo amplificador de 1000w manda 500 para cada canal, mas minha caixa de som só suporta 300w. Então posso conectar outra caixa na entrada auxiliar do canal, que irá dividir a potência por igual nnovamente. No nosso caso, nas igrejas geralmente são suficientes os amplificadores de 300 a 500 watts e garantem um resultado mais que satisfatório. No que se refere ao uso do amplificador, devemos atentar para alguns fatores: 1) SEMPRE utilize o amplificador em uma tomada com aterramento adequado, pois além de evitar ruidos de operações ainda evitará o risco de choques elétricos que podem ser bastante perigosos; 2) É conveniente que o amplificador opere enviando sua máxima potência, ou seja, com os botões de volume no máximo, o que ira conferir melhor rendimento do aparelho; 3) Devemos atentar para os led´s que equipam os aparelhos, que são 3 por canal. Um verde - indica que o canal está ativo, o laranja - indica o uso do canal em níveis aceitáveis, e o vermelho - indica a clipagem do sinal. Clipar o sinal significa que o nível de som atribuído aquele canal está desproporcional e poderá perder em qualidade e definição. Evite ao máximo que esse led acenda, e se isso acontecer regule o volume dos equipamentos ligados a mesa de som (próximo assunto); 4) O local onde será instalado o amplificador deve favorecer a circulação de ar que irá favorecer o resfriamento natural do aparelho, aumentando sua durabilidade.
Era bastante comum nas igrejas presenciarmos um ventilador soprando direto sobre o sistema de som, em especial os amplificadores. Hoje, os aparelhos estão mais evoluídos nesse aspecto, alguns até contam com coolers e entradas de ar específicas, mas cuidado nunca é demais. Nem preciso mencionar a leitura do manual de instruções e a observação da voltagem do aparelho antes de ligá-lo pela primeira vez!
No mais, é bastante simples a operação do amplificador. Ele fica ligado a mesa de som, que será o tema do próximo post. Até a semana que vem e que Deus abençoe a todos!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Conhecendo mais sobre seu trabalho

Quem atua em ministérios de música já deve ter ouvido o seguinte comentário: "É pra Deus, Ele aceita de qualquer maneira." Não deixa de ser verdade, mas a expressão DE QUALQUER MANEIRA nunca me soou bem. Ninguém faz uma prova de qualquer maneira, não se dirige um carro de qualquer maneira, não se educa um filho de qualquer maneira, então porque ao realizarmos um serviço de evangelização, o faremos de qualquer maneira? São vários os fatores para os quais devemos atentar para que o desempenho seja realmente eficaz no objetivo maior: a evangelização. Conhecer um pouco mais a fundo os recursos tecnológicos disponíveis bem como buscar aprimorar os conhecimentos técnicos a respeito do seu trabalho também são fatores de fundamental importância. Nesse ponto, posso encaixar facilmente todo o sistema de som utilizado pelos ministérios nas missas, encontros, louvores e demais situações. À primeira vista o sistema de som parece algo bem complexo, mas aos poucos, de acordo com a maior familiarização, ele vai se mostrando bem simples e direto. Será que você como ministro de música conhece todo o caminho do som desde a fonte até o receptor? Conhece todos os equipamentos utilizados na sua igreja? Sabe operá-los com eficiência? E de seu instrumento? conhece todas as particularidades? Sabe como ligá-lo corretamente e aproveitar o melhor desempenho dele? Sabe qual equipamento de áudio é conveniente a sua realidade? Sabe armazenar e conservar os instrumentos e equipamentos de áudio?
Em muitas igrejas esses equipamentos correspondem a grande porcentagem do patrimônio existente, mas nem sempre recebem a devida atenção, seja por negligência pura ou por falta de conhecimento a cerca do assunto. A nossa doutrina, como ja disse anteriormente, é mais calcada na partiha da palavra, e claro, na Eucaristia, talvez seja esse o motivo de algumas igrejas deixarem para segundo plano o cuidado com o sistema de som. Por isso, cabe ao ministro de música a responsabilidade pelo zelo com o mesmo. Quer uma prova disso? É simples: se no decorrer de um encontro acontecer um microfone falhar, por exemplo,todos irão olhar na direção do ministério inevitavelmente. Nesse sentido, é interessante que caso a igreja não possua um operador de áudio, alguém do ministério assuma essa função, que diga-se de passagem pode ser uma das mais estressantes. No entanto, não é recomendável que essa tarefa seja muito dividida entre o membros, imaginem 4 pessoas (oito mãos, quarenta dedos) operando uma mesa de som! Tal atividade requer uma certa dedicação da pessoa que a conduzirá, devendo levar em conta o bom senso. Normalmente fica responsável pelo "abacaxi" a pessoa do grupo que tem mais sensibilidade auditiva (aquele que consegue distinguir um instrumento desafinado, ou um microfone muito agudo, etc.) Ao demonstrar interesse e dedicação ao sistema de som, logo você verá que a grande maioria das conexões, cabos e/ou equipamentos não são os mais adequados para a realidade de sua comunidade - ao menos em 90% dos casos é isso que acontece. Nesse momento você pode junto ao conselho de sua comunidade pleitear mudanças que melhor vão servir a todos, mas até chegar nesse ponto é essencial que você conheça realmente sobre o tema, pesquise, teste, ouça e analise cada caso. É um pouco dessa experiência com a vivência nesse mundo do áudio e da sonorização que vou tentar repassar nos próximos posts. Para isso vu separar todo o sistema de som e analisá-los em separado fazendo a correlação entre cada ítem. Espero que seja de alguma utilidade. Até a próxima semana e que Deus abençoe!